Serie Os Últimos Czares
Não é spoiler, é história. E este é um dos méritos da série, trazer uma história complexa de forma palatável para o grande público.Entretanto, este também pode ser considerado seu ponto fraco, já que algumas imprecisões históricas são cometidas em prol da novelização. Essa qualidade ambígua, permeia toda a produção da Netflix.
Praça Vermelha de 1905, com uma imagem atual do onde o Mausoléu de Lênin, que morreu décadas depois da data em questão, já está presente. A trama flui quando acompanhamos a trajetória de Nicolau e sua família, intercalando bem a relação entre assuntos pessoais e de estado. Mas o ritmo é constantemente quebrado pelos depoimentos de historiadores, e principalmente pela trama paralela da suposta Anastácia. A série traz possibilidade da sobrevivência da princesa como incentivo para nos apegarmos ao futuro da família, mas pouco mostra da moça antes do massacre. Em outras palavas, é uma série de altos e baixos.
Exemplo de The Crown, também da Netflix. Mas enquanto a série que acompanha a Rainha Elizabeth usa estes momentos para humanizar a realeza, Os Últimos Czares por vezes opta por tratar seus personagens de forma mais caricata geralmente de apelo sexual. Como as sequencias de sexto entre o czar e a czarina, o encontro romântico de uma de suas filhas, e a sequencia em que Rasputim fica à sós com a filha do primeiro-ministro.
Direito divino ao trono, e por isso é incapaz de perceber suas limitações diante da tarefa. Susanna Herbert convence principalmente nos momentos em que intercala a preocupação da Czarina Alexandra Feodorovna pela saúde do filho e as ações visivelmente influenciadas por Rasputin. E por falar nele, Ben Cartwright entrega um trabalho mais caricato, mas coerente com as histórias e mitos que o conhecimento popular atrela à tão curiosa figura.
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