Brasil ultrapassa Espanha e se torna o quinto país



Nesta sexta-feira, pelo quarto dia seguido, o país confirmou mais mil novas mortes por covid-19, fazendo o total de óbitos saltar a 27.878. O número fez o país ultrapassar a Espanha e se tornar o quinto no mundo onde a doença foi mais mortífera até agora. Por onde se olhe os índices são preocupantes: nesta sexta, o país somou 26.928 novas infecções confirmadas, um recorde desde o início da crise —e uma cifra certamente subestimada pela falta de testes em massa. O desfalcado Ministério da Saúde, que funciona com substitutos e interinos em postos-chave desde a segunda troca de comando feita pelo presidente Jair Bolsonaro, no começo do mês, reconheceu que a curva da pandemia “permanece numa linear de ascendência”. Enquanto isso, Estados e cidades anunciam planos de reabertura econômica.

Balanço do número de testes feitos no país: apenas 930.013 exames, somando laboratórios privados e públicos, ou cerca 4.428 testes por milhão de habitantes. A taxa de testes por população é mais de dez vezes menor do que a dos EUA ou do Reino Unido, países que lideram o ranking de vítimas no mundo.

Pelos registros, desde o início da pandemia, 41.621 pessoas morreram apresentando um quadro de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), uma condição frequente provocada pelo novo coronavírus. O ministério já sabe que 22.543 dessas mortes foram, de fato, provocadas pela covid-19 e ainda investiga 4.245 óbitos. Outras 14.373 mortes, no entanto, jamais terão suas causas especificadas, ainda que tudo aponte que foram provocadas pela pandemia 2020 já superou de longe o total de mortes de SRAGs dos anos anteriores.

Amostra não foi colhida ou, se foi, o processo não foi feito corretamente, impedindo a análise. Se devidamente testadas e somadas, as mortes colocariam o Brasil em quarto ou até terceiro lugar entre os países com mais vítimas da pandemia.

Na cidade de São Paulo, a mais populosa do país e que prepara um plano de reabertura econômica ainda cercado de dúvidas, as mortes ainda não começaram a cair e se concentram nas franjas pobres do território. No mapa brasileiro, a situação tampouco é homogênea. Embora quase 70% dos municípios brasileiros já lidem com a doença, as situações mais agudas se concentram nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste, que seguem liderando as mortes, e em mais 8 Estados do Norte e Nordeste do país. As regiões Sul e Centro-Oeste enfrentam, por enquanto, um nível menor de contaminação.

Nesta sexta, o Ministério da Saúde apresentou dados da sobre a evolução de algumas doenças crônicas entre os anos de 2006 e 2019. De acordo com Luciana Sardinha, coordenadora geral de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis, a taxa de adultos com diabetes, uma dos fatores de risco para o coronavírus, passou de 5,5% para 7,4% da população.Os índices de hipertensão permaneceram estáveis, passando de 22,6% para 24,5% no período. A taxa de obesidade foi a que registrou um maior aumento em 14 anos, passando de 11,8% para 20,3% da população adulta.


FONTE: Brasil Elpais

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