Atualmente Por que os EUA não gostam do Pix
Os Estados Unidos não "odeiam" o Pix especificamente, mas há razões pelas quais um sistema como o Pix — criado pelo Banco Central do Brasil — ainda não foi implementado de forma semelhante nos EUA, e por que há alguma resistência ou ceticismo em relação a esse modelo. Aqui estão os principais motivos:
🔒 1. Infraestrutura financeira consolidada e interesses privados
Nos EUA, o sistema bancário e de pagamentos é dominado por empresas privadas como:
Visa, Mastercard, PayPal, Zelle, Venmo, Cash App
Bancos tradicionais como JPMorgan, Bank of America, etc.
Essas empresas lucram com taxas de transação, o que um sistema gratuito e instantâneo como o Pix ameaçaria. Um sistema público e gratuito pode ser visto como um risco ao modelo de negócios dessas instituições.
🏛️ 2. Ausência de um sistema centralizado como o Banco Central do Brasil
O Federal Reserve (banco central dos EUA) é mais conservador na sua atuação e tem menos tradição de criar soluções diretas para o consumidor final.
O Pix foi criado e é operado diretamente pelo Banco Central do Brasil, algo incomum nos EUA.
O Fed lançou recentemente o FedNow (2023), uma tentativa de criar pagamentos instantâneos, mas ainda é limitado e pouco usado.
🐢 3. Adoção lenta e fragmentação do mercado
Nos EUA, cada banco ou app oferece sua solução, o que cria um ecossistema fragmentado, onde:
Nem todos os bancos se conectam entre si de forma instantânea.
Adoção de novas tecnologias financeiras é mais lenta, por causa do tamanho do país, da regulação estadual e da complexidade do sistema bancário.
💸 4. Interesse em manter as taxas sobre transferências
Empresas de cartão e bancos cobram:
Taxas sobre transações de crédito/débito.
Comissões sobre transferências bancárias (wire transfers).
O Pix, por ser gratuito para pessoas físicas, quebra esse modelo. Então, não há muito incentivo financeiro para grandes players apoiarem um sistema semelhante.
🇺🇸 5. Diferenças culturais e tecnológicas
Os EUA ainda usam muito cheques em papel (!), mesmo para pagamentos de salários e aluguel.
Há uma cultura de crédito e endividamento, onde o cartão de crédito reina, o que difere do uso mais racional e direto de saldo visto com o Pix.
Conclusão:
Os EUA não são contra o Pix em si, mas o modelo que o Pix representa — gratuito, instantâneo, operado por um banco central — ameaça interesses comerciais fortemente estabelecidos. Além disso, a estrutura regulatória e tecnológica americana não favorece uma adoção rápida de um sistema como o Pix.
Se quiser, posso te mostrar como o FedNow se compara com o Pix.
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